Síndica é afastada após suspeita de desvio de R$ 1,6 milhão em condomínio no Guarujá

Síndica é afastada após acusação de desviar mais de R$ 1,5 milhão de condomínio no Guarujá

Uma mulher foi afastada do cargo de síndica de um condomínio em Guarujá, no litoral de São Paulo, após ser acusada de desviar mais de R$ 1,5 milhão dos cofres condominiais, supostamente em parceria com um empresário. Moradores ingressaram na Justiça com pedidos de reparação e registraram boletim de ocorrência por estelionato junto à Polícia Civil, que investiga o caso.

De acordo com a advogada Fernanda Escanuella, moradora e representante legal do condomínio, a síndica foi destituída do cargo em agosto deste ano, após uma assembleia convocada para esclarecer os aumentos das cotas condominiais registrados nos últimos anos.

Fernanda relatou que a acusada ocupou o cargo por quase quatro anos e que as suspeitas surgiram em março de 2023, quando foram identificados pagamentos direcionados à conta pessoal do empresário. Segundo ela, os contratos formais foram elaborados posteriormente, com o objetivo de justificar e maquiar as despesas.

“Arrecadação pessoal”

A advogada afirma que a ex-síndica e o empresário transformaram o condomínio em uma “fonte ilícita de arrecadação pessoal”, destinando quase toda a arrecadação mensal ao favorecimento próprio.

Foram firmados contratos que somam R$ 1.682.160 com a empresa do empresário. Ainda segundo Fernanda, os serviços eram apresentados como obras emergenciais durante assembleias convocadas para aprovação dos contratos, mas os acordos já estavam fechados antes mesmo das reuniões.

Destituição e auditoria

A assembleia de destituição ocorreu em 9 de agosto, após decisão judicial que garantiu aos moradores o direito de se reunir nas áreas comuns, mesmo contra a vontade da síndica. O juiz Ricardo Fernandes Pimenta Justo, da 1ª Vara Cível de Guarujá, determinou que a proibição de reuniões seria passível de multa de R$ 50 mil por ato.

Após a destituição, uma nova síndica assumiu o cargo e contratou uma auditoria independente, que, segundo o condomínio, confirmou as suspeitas de fraude.

Posicionamentos

Em nota, a advogada Roberta Modena Pegoretti, que representa a ex-síndica, classificou as acusações como “narrativas levianas, sem respaldo fático ou jurídico”. Ela alega que um pequeno grupo de moradores estaria tentando desmoralizar sua cliente utilizando “meios escusos”. Roberta ressaltou que “a verdade não se constrói pela manipulação nem pela desinformação” e afirmou que os fatos serão enfrentados na Justiça.

O empresário também negou as acusações e declarou que a defesa do condomínio está “tentando quebrar contratos regularmente aprovados em assembleia e pressionar autoridades com falsas acusações criminais”.

Por meio de comunicado, a empresa ligada ao empresário afirmou que as contratações foram aprovadas em assembleia e que os documentos apresentados pela defesa do condomínio visam induzir autoridades ao erro. A nota ainda reforça que a troca da síndica não altera os compromissos contratuais assumidos, inclusive as cobranças, e garante ter reunido documentação robusta para comprovar a legalidade de suas ações.

O caso segue em trâmite na Justiça por meio de duas ações cíveis, além de um inquérito policial instaurado para apurar a suspeita de estelionato. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que diligências estão em andamento para esclarecer os fatos.

Fonte G1


Piauí Folha

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