De cabelos presos e camiseta azul, a analista contábil Ligiane Marinho de Ávila mostra sua Carteira Nacional de Habilitação digital na tela do celular a pedido do promotor de Justiça. É 10 de março de 2025 e a audiência online na plataforma Microsoft Teams faz parte de um processo cível para investigar as acusações de improbidade administrativa contra ela, que é ex-funcionária da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ela é suspeita de ter desviado milhões de reais do Instituto de Biologia (IB) entre 2017 e 2024.
São 17 horas em ponto no celular que Ligiane exibe para a câmera, três a mais que no horário de Brasília. Ela está foragida – segundo informa, fora do país. Ao fundo, se vê uma parede com tijolos pintados em um tom claro. O promotor avisa que a gravação será compartilhada com os colegas que cuidam do processo criminal e que, por isso, ela tem o direito de ficar calada. Mas Ligiane opta por responder às perguntas.
A piauí teve acesso à íntegra do depoimento, em um vídeo de 46 minutos de duração. Nele, ela narra sua trajetória: foi contratada como assistente administrativa em 29 de julho de 2013 pela Fundação de Desenvolvimento de Campinas (Fucamp), que gerencia convênios da universidade com instituições públicas e privadas. Trabalhou sempre no IB, até ser demitida pouco mais de dez anos depois, em 18 de janeiro de 2024.
Suas tarefas, explica, incluíam compras, checagem de documentos e prestação de contas de projetos de pesquisadores do instituto financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Seu advogado, Rafael Azevedo, acompanha o depoimento. O fundo virtual atrás dele simula o interior de um apartamento com vista para o mar.
“Você sabe qual é a acusação contra você?”, pergunta o promotor. Ligiane diz que sim. Ele vai adiante, consultando um documento que está ao lado do teclado: “Estão acusando você de um desvio que, segundo a última estimativa da Fapesp, chega a 5,6 milhões de reais (…) [referente] à prestação de contas de cerca de trinta pesquisadores.”
O promotor comenta que Ligiane abriu uma empresa chamada Becom em 12 de abril de 2018. A Becom emitiu inúmeras notas fiscais que constavam em processos de prestação de contas de projetos de pesquisadores financiados pela Fapesp. Ela alega ter aberto a empresa com o intuito de ajudar pesquisadores a justificar gastos para os quais não havia um comprovante fiscal, e assim agilizar o trabalho. “Eu sempre precisei de documentação complementar para juntar no processo para mandar para a Fapesp fazer auditoria”, afirma.
Aos treze minutos da audiência, o promotor pergunta: “Você não pegou dinheiro nenhum deles?” E colhe uma confirmação: “Eu tenho uma parcela de culpa”. Um pouco depois, ele questiona: “Desses 6 milhões, qual seria a proporção que você teria desviado para você?” Ela afirma: “Se eu peguei 200 mil reais, 150 mil reais, foi muito. Eu imagino que 150 mil. No máximo, foi isso.” Ela fala em outro momento que tinha custos com a Becom, como a contratação de um contador e o pagamento de impostos, mas não detalha o valor dessas despesas e o quanto confirma ter de fato embolsado. Nenhum outro nome é citado como suspeito.
No dia 31 de março, 21 dias após a audiência, o Ministério Público apresentou uma denúncia formal. Três semanas depois, a ex-funcionária foragida se tornou ré na Justiça de Campinas.
Mas o impacto na vida dos pesquisadores da Unicamp vai muito além do dinheiro que perderam em suas pesquisas.
O pesadelo do professor emérito Carlos Alfredo Joly começou no fim da manhã de 23 de janeiro de 2024. Ele estava de férias, mas abriu o e-mail institucional da universidade. A mensagem apresentava uma demanda que parecia uma demanda burocrática rotineira: o Instituto de Biologia (IB), ao qual estava vinculado, havia identificado inconsistências na prestação de contas de projetos de pesquisas e pedia uma revisão.
Aposentado desde 2019 pelo Departamento de Biologia Vegetal do IB, Joly continuava na ativa. Ele acabara de lançar um e-book sobre as experiências discutidas na Escola São Paulo de Ciência Avançada para uma Amazônia Sustentável e Inclusiva. O curso de curta duração, ministrado no fim de 2022, reuniu noventa jovens pesquisadores vindos de diferentes partes do Brasil e de outros países e aconteceu graças aos 1.495.066,33 reais recebidos da Fapesp.
Dias depois de ler o e-mail, Joly foi chamado para uma reunião com o atual diretor do IB, Hernandes Carvalho e entendeu que de corriqueira a situação não tinha nada. Joly conta ter tido a sensação de gelo se espalhando pelo corpo.
Carvalho vinha fazendo uma varredura nas contas de projetos apoiados pela Fapesp que haviam passado pelas mãos de Ligiane. Ela era uma das três pessoas alocadas na Secretaria de Apoio Institucional ao Pesquisador (Saip), um escritório criado em 2012 dentro do IB para fazer a gestão administrativa de projetos dos pesquisadores. As tarefas dessa secretaria, conforme ficou definido pelo Conselho Universitário da Unicamp, incluem organização de documentos, levantamento de dados para auxílio de preenchimento de formulários, elaboração de planilhas, atendimento e orientação a professores, realização de cotações, encaminhamento de compras, importações e prestação de contas aos financiadores. Ou seja: cuidam das burocracias para que os docentes possam se dedicar a suas atividades fim de ensino e pesquisa.
A Saip ficava localizada numa sala dentro do instituto no fim de um corredor extenso, onde também está a diretoria. Ali dentro, o trio de funcionários se dividia na administração de cerca de cem projetos tocados por pesquisadores que recebiam recursos da Fapesp.
Para o dinheiro começar a fluir, os professores assinavam o “termo de outorga”, que lista todas as obrigações das partes envolvidas. O documento também precisava ser assinado pelo diretor do Instituto, confirmando que o local oferece as condições necessárias para o desenvolvimento daquele projeto, tanto físicas quanto administrativas.
Para cada projeto financiado, a Fapesp destinava 25% extras do valor total para a chamada Reserva Técnica para Infraestrutura Institucional de Pesquisa (RTI), de nome autoexplicativo: garantia laboratórios e outras instalações do instituto para receber projetos futuros. Isso era devidamente explicado na prestação de contas. O valor recolhido pelo RIT foi de 2,7 milhões de reais em 2023.
Por uma prática comum de órgãos de fomento no Brasil, os contratos são firmados com o CPF do pesquisador, e não o CNPJ da instituição. A fundação enviava um cartão pesquisa (um meio de pagamento, em geral usado na função crédito) do Banco do Brasil em nome do cientista, com a respectiva senha. Para fins de agilidade, a maioria dos docentes entregava os cartões e senhas na secretaria especializada onde trabalhava Ligiane.
Os pesquisadores não escolhiam quem assumiria a gestão administrativa do seu projeto dentro da Saip, se ela ou um dos outros dois colegas. Uma vez feita a distribuição, cada funcionário do trio acompanhava a gestão até o fim, sem supervisão dos colegas. As contas só eram auditadas no fim do processo, pela Fapesp, que emitia um termo para o cientista atestando que não havia pendências. “Havia uma confiança muito grande no nosso serviço”, disse à piauí um dos dois colegas de Ligiane na secretaria.
A piauí ouviu professores e funcionários da Unicamp nas últimas semana. A maioria pediu para falar sobre condição de anonimato, por receio de exposição.
“Era uma relação de confiança num escritório institucional criado para isso e que tinha o apoio da Fapesp. Os funcionários da Saip foram treinados pela Fapesp para fazer a prestação de contas. Por que eu iria desconfiar?”, diz um professor.
A Fapesp compartilhava dúvidas pontuais sobre as prestações de contas, mas em um e-mail enviado em novembro de 2023, com seis páginas de anexo, trouxe um questionamento de outra natureza. Ele fazia perguntas sobre a prestação de contas de um projeto sob gestão de Ligiane. Como ela estava de férias, uma outra pessoa do escritório assumiu a tarefa para agilizar o processo. Entre as incongruências apontadas, a Fapesp queria saber por que uma pessoa da própria secretaria estava emitindo notas fiscais em seu nome para justificar despesas de um projeto. “Quando eu li isso, eu não precisava conversar com mais ninguém. Já me deu um negócio ruim e eu entendi o que ela estava fazendo”, afirma a pessoa que atuou no mesmo escritório de Ligiane.
Em seguida, a Saip foi avisada sobre a mensagem. Foi iniciada então uma busca por notas fiscais emitidas pela servidora em seu próprio nome. Os docentes afirmam que não sabiam da existência da Becom, nome fantasia da empresa aberta por Ligiane Marinho de Ávila em 12 de abril de 2018 e cuja atividade principal era a manutenção e reparação de equipamentos e produtos, mas que não reparava ou produzia nada.
Pouco a pouco, vinham à tona recibos falsos e notas frias em nome da Becom para dissimular a prestação de serviço ou a compra de produtos.
O levantamento inicial dos funcionários da Saip mostra que os valores desviados foram aumentando ano a ano. Em 2017, o montante foi de aproximadamente 47 mil reais. Em 2022, ele ultrapassou a cifra de 1 milhão de reais.
Um trecho da denúncia feita pelo Ministério Público do Estado de São Paulo diz o seguinte: “De posse de tais cartões, das senhas e com acesso aos terminais para movimentação, a denunciada desviava os valores depositados pela Fapesp para o fomento à pesquisa, que eram debitados das contas bancárias e transferidos para sua conta pessoal, através de Teds e Docs ou para empresa prestadora de serviços por ela criada, em proveito próprio e alheio, alcançando um total de desvio, por meio dos peculatos acima descritos, no importe de R$ 4.265.443,97.” Os mais de 5 milhões cobrados agora incluem correção monetária.
Depois que os colegas da secretaria e os professores do IB terminaram o escrutínio, a reitoria da Unicamp, a Funcamp e a Fapesp foram comunicadas sobre os achados. E Ligiane foi demitida ao voltar das férias.
O desligamento ocorreu na sala da diretoria do IB e foi presenciado por Carvalho. O motivo da demissão apresentado à então funcionária foi a violação de uma cláusula do contrato: como trabalhadora vinculada à Funcamp, não poderia ter aberto uma empresa. Nada foi mencionado sobre as suspeitas de desvios de recursos. Quando deixou a sala, ela se despediu do diretor do instituto com um “até logo”.
Os acontecimentos posteriores surpreenderam os pesquisadores que denunciam ter sido vítimas do golpe. Como os contratos estavam vinculados a seus CPFs, eles começaram a receber ofícios da Fapesp cobrando explicações dos valores depositados na conta de Ligiane. Na ausência das justificativas, dizia o documento, o valor estimado do desvio teria que ser devolvido com as devidas correções.
Em maio de 2025, a Fapesp publicou uma nota informando ter ajuizado “ações de cobrança contra todos os pesquisadores responsáveis por projetos em que se verificaram desvios, em um total de 34 ações”. Segundo o entendimento da fundação, “os pesquisadores responsáveis pelas pesquisas contribuíram culposamente para esses desvios, já que franquearam indevidamente o acesso de terceiros às contas bancárias vinculadas aos projetos”. O montante total a ser restituído é de 5.384.215,88 reais.
A Carlos Alfredo Joly, foi pedido que devolvesse 699.356,56 reais, referentes a sete projetos financiados pela Fapesp cuja gestão administrativa foi feita por Ligiane. Pelo menos dois deles são referentes à manutenção do Programa Biota-Fapesp, que tem o objetivo de mapear por completo a biodiversidade do estado de São Paulo. Joly coordenou a iniciativa pioneira em seu lançamento, em 1999, e em outros momentos. Por sua atuação no programa ganhou diversos prêmios, como o Henry Ford em 1999 e em 2009, a Medalha João Pedro Cardoso do Governo do Estado de São Paulo, Prêmio de Reconhecimento Acadêmico Zeferino Vaz da Unicamp, Prêmio Fundação Conrado Wessel de Ciências e Ordem do Mérito Científico classe Grã-Cruz.
“Nós não temos de onde tirar o recurso, nós não temos como fazer essa devolução. Nós não nos beneficiamos de nenhuma forma com essa situação”, afirmou Joly em entrevista à piauí.
Contratado pela Unicamp em 1978, o pesquisador diz que se sente abandonado pela universidade. Ele afirma que os docentes buscaram apoio do então reitor, Antonio José de Almeida Meirelles, mas não receberam suporte . “Eu trabalhei muito nessa instituição, contribuí muito. De repente, a instituição te deixa sozinho. Se não tivéssemos acesso à assessoria jurídica da associação dos docentes nós não teríamos condições de reagir”, queixa-se o biólogo.
A mesma sensação é compartilhada por outros colegas ouvidos pela reportagem, que pediram para não ter os nomes revelados. “Nós fizemos todo o levantamento aqui depois que a suspeita foi levantada, apresentamos para a Fapesp, e tudo isso se voltou contra a gente. Foi como produzir prova contra nós mesmos”, afirma um docente.
“Se a Fapesp, que é a dona do dinheiro e tem uma auditoria especializada, não pegou a fraude, como nós pegaríamos?”, questiona outro.
Para lidar com a situação e continuar trabalhando, alguns profissionais têm recorrido a apoio psicológico e psiquiátrico. Outros citam culpa por nunca ter desconfiado dos desvios, ao mesmo tempo em que explicam a dificuldade de perceber o que se passava: estavam focados em suas pesquisas e aulas (afinal, a secretaria foi criada para tirar a preocupação com finanças). Além disso, os desvios eram feitos pouco a pouco e as compras de serviços e matérias primas tendem a ter peculiaridades, como a flutuação do dólar no caso dos insumos comprados no exterior.
As fontes ouvidas pela piauí afirmam nunca terem visto no processo de prestação de contas uma nota fiscal emitida pela empresa de Ligiane. Os documentos frios eram, normalmente, adicionados ao processo após a verificação final dos docentes. Os docentes afirmam que Ligiane adicionava as notas falsas depois da revisão deles e as enviava para a Fapesp.
Os colegas contam que não tiveram mais notícias de Ligiane – inclusive os dos treinos de crossfit, com quem ela compartilhava informações pessoais, como as novas cirurgias plásticas que fazia. Graduada em administração de empresas com ênfase em comércio exterior pela Universidade Paulista (Unip), ela tinha um salário mensal de 6.574,07 reais, de acordo com informações oficiais (em seu depoimento, disse que a remuneração “beirava 8 mil” e que conseguia renda extra dando consultoria sobre programas de milhagem aérea). Mesmo assim, viajava com frequência para o Brasil e o exterior e se tornou uma referência no tema para os amigos. Chegou a ser entrevistada no podcast de viagens CBN Sem Escalas, no qual deu dicas sobre passeios e endereços de compras em Las Vegas. Quando a apresentadora perguntou sobre compras na capital mundial da jogatina, ela respondeu: “Muitas! Muitas! Voltei com quatro malas de lá.”
“Quando alguém falava alguma coisa [sobre os custos da viagem], ela dizia que usava milhas para viajar”, diz uma das pessoas fora do círculo de amizades da Unicamp.
No dia de sua demissão, Ligiane foi ao enterro da avó de uma das colegas do crossfit e contou sobre a saída da universidade, sem muitos detalhes. Da antiga turma, ninguém mais diz ter acesso às suas redes sociais que, segundo contam esses amigos, eram cheias de registros de viagens internacionais. Ela andava, aliás, ansiosa para o próximo destino planejado: Dubai.
As ações contra Ligiane tramitam nas 1ª, 2ª e 3ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Campinas. Enquanto os casos são julgados, os professores tentam manter o financiamento dos projetos apoiados pela Fapesp, e assim seguir com os laboratórios e os experimentos rodando. Em pelo menos um caso, a fundação bloqueou os repasses. “Meu laboratório está fechando, a minha carreira está acabando”, diz um dos docentes atingidos.
Muitos dos laboratórios impactados pelos desvios produziram pesquisas importantes na época da pandemia de Covid. “A gente desenvolveu o método para diagnóstico aqui na região, fizemos uma parceria com o Instituto Butantan para aplicar testes em mais de cem municípios”, menciona outro profissional.
Em defesa dos docentes contra a Fapesp, Unicamp e Funcamp, o advogado Matheus Girelli alega que os pesquisadores do IB seguiam orientações institucionais. “Quando ele tem o projeto aprovado, ele leva o cartão para a Saip porque essa é a orientação da própria secretaria. A guarda e manuseio do cartão são referendados pela universidade. Os funcionários passaram pelo treinamento da Fapesp. Não tem como o docente ser responsabilizado por seguir as orientações da própria universidade, da própria Fapesp.”
A piauí teve acesso a arquivos de e-mails antigos que comprovam a prática. Na mensagem, funcionários da Saip pedem a pesquisadores as senhas do cartão para a realização de pagamentos. Em outros institutos que oferecem esse serviço especializado, como a Faculdade de Medicina da USP, o docente assina um termo em que autoriza o escritório a fazer o gerenciamento do projeto com a entrega do cartão e senha.
Segundo a ação do Ministério Público, Ligiane movimentou de janeiro de 2018 a dezembro de 2023 a quantia de 6.657.776,15 reais em sua conta corrente.
Documentos indicam que as últimas retiradas de dinheiro foram feitas por Ligiane após sua demissão, utilizando seu acesso a cartões e senhas. O projeto alvo foi o da Escola São Paulo de Ciência Avançada para uma Amazônia Sustentável e Inclusiva, que se aproximava do fim do prazo para prestação de contas. Segundo Joly, a funcionária transferiu para sua conta 200 mil reais em 23 de janeiro e 50 mil reais em 30 de janeiro de 2024. Não houve emissão de qualquer documento contábil.
O endereço registrado como sede da empresa Becom era o da casa da família de Ligiane. A construção térrea está fechada, com sinais de reforma feita há pouco tempo. Os vizinhos dizem que os pais se mudaram às pressas e que o imóvel está disponível para locação.
Num depoimento recente ao Ministério Público, ela diz ter deixado o Brasil em maio de 2024 e que não tentou se defender após a demissão por justa causa. Ela admite ter aberto a empresa, mas alega que o fez para ajudar os pesquisadores a resolver a falta de documentação na prestação de contas. “Todo mundo gostava de mim porque eu dava um jeito”, disse no depoimento .
Sob nova direção desde abril de 2025, a reitoria da Unicamp, comandada agora por Paulo Cesar Montagner, decidiu abrir uma nova sindicância interna após receber novas informações do Ministério Público.
“A Reitoria também entende que, a priori, esse grupo de importantes cientistas foi envolvido de forma não intencional nas irregularidades detectadas. Ainda que, na sindicância, surja qualquer indício de participação por parte de algum indivíduo nas irregularidades, tal fato deve ser visto como pontual, individual e localizado, sem prejuízos ao Instituto de Biologia, ao conjunto de seu corpo docente e à qualidade das pesquisas realizadas na unidade”, diz a nota enviada à piauí.
Questionada, a Fapesp não se pronunciou. A defesa de Ligiane também não respondeu.