Quadrinista paraense leva a força da Amazônia à Bienal de Curitiba


Quadrinista paraense é destaque na Bienal de Quadrinhos de Curitiba.
Luh Leal / Divulgação
O quadrinista e artista visual marajoara Leonarno Dressant falou sobre emergência climática durante a 8ª Bienal de Quadrinhos em Curitiba, um dos maiores eventos de HQs do Brasil, reunindo debates e artistas sob o tema “Futuros Possíveis”. A programação discutiu também diversidade, fluxos migratórios, inteligência artificial e democracia.
Dressant esteve na roda de conversa “Quadrinhos e ilustrações amazônicas em tempos de emergência climática”. Para ele, estar no evento foi também um ato de representatividade da Amazônia.
“Foi uma emoção enorme. Estar em um evento dessa importância não é só uma conquista pessoal, é a oportunidade de mostrar que a Amazônia tem voz, tem arte e tem histórias que precisam ser contadas”, disse.
Da Amazônia para os palcos nacionais
Nascido em Breves, no arquipélago do Marajó, Dressant vem se consolidando como uma das vozes originais da cena cultural amazônica. Sua obra mistura humor, crítica social e uma estética marcada por referências da floresta.
Em 2025, já participou de dois grandes eventos literários: a Flipelô, em Salvador, e a Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, em Belém, onde lançou a HQ “A Batalha nas Sombras”, inspirada em narrativas míticas da floresta.
“A Bienal foi um momento de troca e reafirmação de que a arte amazônica é também resistência e denúncia”, destacou.
Reconhecimento
Dressant é mestrando em Artes na UFPA, autor de títulos como Té Doidé, Turma do Pitiú e Xibé, além de livros como O Livro Secreto da Matinta e O Livro Secreto do Curupira. Também assina obras infantis como A Minhoca e a gangue do fundo do rio e A Bruxinha Keké.
Ao longo da carreira, já recebeu o Diploma de Mérito da Assembleia Legislativa de Manaus e o Prêmio Cidadão da Cultura Mestre Verequete, da Assembleia Legislativa do Pará.
“Esses eventos ampliam a visibilidade do meu trabalho, me conectam com outros artistas e mostram que a Amazônia está presente no cenário nacional de quadrinhos. Significa ocupar espaços que historicamente eram distantes da nossa realidade”, explicou.
Novos projetos
Após a Bienal, o quadrinista prepara novos trabalhos. Entre eles, a HQ Nhengaíbas – A Resistência do Marajó, inspirada nas raízes históricas da região onde nasceu, além da circulação com A Batalha nas Sombras.
“O que mais me marcou nessa Bienal foi encontrar pessoas que se sentiram representadas pelas minhas histórias. Isso me dá a certeza de que minha arte cumpre seu papel quando desperta pertencimento e diálogo”, afirmou.
Dressant também adiantou que já está confirmado em próximos eventos dentro do circuito amazônico e nacional.

Piauí Folha

Talvez te interessem:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


© Copyright Meu Portal de Notícias 2022. Todos os direitos reservados.