O funk paulista que seduziu o Oriente Médio

Os hijabs cobrindo a cabeça das convidadas dão a pista de que se trata de um casamento islâmico. O salão amplo e enfeitado da festa na cidade de Ras El-Bar, no Egito, tem meninos adolescentes aglutinados lá no fundo, um grupo apartado de dezenas de mulheres ao centro e o casal de noivos em primeiro plano. Todos fazem a mesma coreografia com as mãos (os dedos indicadores para cima, como naquele antigo gesto das marchinhas de Carnaval, mas com os polegares abertos). A música que incendeia a plateia é um funk paulistano, com um trompete marcante que introduz os primeiros versos: 

Deixa a timidez de lado, puxa a amiga e vem dançar/

Mostra tudo o que cê sabe/ o Guuga vai analisar… 

O vídeo foi postado em maio no TikTok por um DJ chamado Khalled com a legenda “nova tendência” em árabe. Passa de 1,4 milhões de visualizações. O refrão é repetido diversas vezes:

Pode, pode, pode sentar
Pode, pode, pode sentar

@khalled_dj حاسب الترند دا #CapCut #khaled_dj #ترند_جديد #ترند_تيك_توك #Biscoitocut ♬ original sound – khalled_dj

Não é um caso isolado. O funk Vidrado em você, lançado no Brasil em 2019 sem grande sucesso, ressurgiu neste ano nas paradas de diferentes países, onde são falados idiomas bem distintos do português. Nas redes sociais, há vídeos com milhões de visualizações ambientados em cenários diversos, de festa de rua a estádios do futebol. Quem segue o rastro desse hit encontra um exemplo bem acabado da interligação entre as plataformas digitais nos dias de hoje.

Em meados de abril, Renan França, diretor artístico da produtora GR6 Explode, abriu sua caixa de e-mail e encontrou uma mensagem de um profissional do time de futebol que concentra a maior torcida da Turquia, o Galatasaray Spor Kulübü.

A mensagem convidava o cantor Livinho (que gravou a faixa em parceria com DJ Guuga) para mostrar ao vivo, em uma festa fechada do clube, a música que a torcida vinha entoando e dançando nas arquibancadas durante a festa de celebração de dois títulos conquistados na temporada, o Campeonato Turco e a Copa da Turquia.

Em 27 de maio, Livinho (apelido de infância convertido em nome artístico de Oliver Decesary Santos) desembarcou no Aeroporto de Istambul com uma equipe de quinze pessoas, de dançarinos a agentes. “Irmão, eu já cheguei sendo reconhecido pelos policiais no consulado”, comemorou em conversa com a piauí. No dia seguinte, estava no luxuoso Four Seasons Hotel Bosphorus, diante dos astros do clube, de seus familiares, da equipe técnica e dos dirigentes. A programação da noite de gala teve ainda um show de desenhos aéreos formados por drones e a apresentação de Zeynep Bastık, uma das principais estrelas do pop turco.

Livinho foi o primeiro a cantar. Subiu ao palco vestindo uma camiseta branca lisa, calça larga e tênis. Na cabeça, um boné vinho com a aba para trás; no pescoço, uma corrente bem grossa dourada que reluzia sob os refletores. De cima da estrutura montada para a apresentação, ele avistava os homens trajando costumes bem cortados e as mulheres em vestidos longos e decotados, todos com bandeirolas do Galatasaray. 

Entre eles estava o meia Gabriel Sara, catarinense de 26 anos, único brasileiro do time, que conheceu a música por meio dos colegas. “Um dia, estávamos na academia e os turcos colocaram Vidrado em você para tocar. Eu nem conhecia, mas eles já tinham até uma coreografia pronta.” A partir daí, a música passou a embalar todos os momentos do elenco até o final do campeonato. “A gente ouvia até enquanto tomava banho. Virou um símbolo nosso.” Assim o hit emplacou na trilha sonora dos ônibus e do vestiário. Não demorou até que os companheiros ficassem curiosos com a letra. “Eles me pediram para traduzir. Como são muçulmanos, fiquei meio assim de contar o sentido literal, mas tentei explicar. Alguns entenderam, outros não”. Em algum momento, há os versos: “E se tiver muito excitada, pode dançar pelada/ Eu tô vidrado em você/ Balança a bunda agora, eu quero você descer.” 

Sara passou a ouvir a batida em todo canto, “nos supermercados e cafés do meu bairro, Kemerburgaz. Fiz um passeio de barco pelo canal do Bósforo e passei por algumas lanchas onde a música também estava tocando. Aqui, eu ouço a cada três minutos”.

Depois de encontrar os jogadores na festa fechada, que seria seu único compromisso musical no país, Livinho foi convidado para cantar no estádio do time. Três dias depois, estava no Rams Park, com a maior parte de seus 53 mil lugares ocupados para uma partida contra o Istanbul Başakşehir, e fãs animados. “Eles tiravam as camisas e jogavam em direção ao meu camarote, durante o jogo, para que eu autografasse”, recorda. 

@_since1905_ Pode pode 🥳 #erenelmalı #yunusakgün #barışalperyılmaz #abdülkerimbardakçı #osimhen #galatasaray #davinsonsánchez #viralvideos ♬ orijinal ses – 𝐆𝐀𝐋𝐀𝐓𝐀𝐒𝐀𝐑𝐀𝐘


Nenhuma faixa musical brasileira deu uma volta ao mundo na proporção de
Vidrado em você neste ano, mas o que mais chama a atenção no sucesso é que não se trata de uma música nova. 

Lançada em junho de 2019, a canção chegou em seu auge por aqui, no fim de outubro, à 29ª posição nas mais ouvidas do Spotify Brasil. Meses depois, sumiu das paradas. Em 2025, a música começou a se espalhar como trilha de vídeos de dancinhas no TikTok, no Brasil e no exterior, sem nenhum motivo em especial.

Com uma sonoridade marcante, que inclui uma introdução com trompete sintetizado (criado de forma eletrônica) e o refrão repetitivo, ganhou força, até que em 13 de março entrou pela primeira vez no Top 200 da Turquia, na posição 152, com 106.409 streams num único dia, segundo estimativas de agregadores de dados musicais. Acabou chegando ao 1º lugar no país. Em maio, foram 11 milhões de execuções, ante 2,5 milhões no Brasil.

A faixa também ficou em 1º no Egito e na Arábia Saudita, em 2º no Peru, em 4º na Bulgária, em 7º no Chipre e em 9º no Paquistão. Em mercados como Índia, Estados Unidos, México e Alemanha, o número de streams passou de 1 milhão só em maio, o melhor mês para a melodia. Na Itália, na França e nas Filipinas, de 800.000. E há registros da popularidade por todo canto. Em um vídeo curioso, jovens mexem os braços no ritmo do refrão, enquanto o som ecoa do porta-mala de um carro estacionado nas ruas de Kalimantan do Sul, província da Indonésia, localizada na ilha de Bornéu.

Hoje são cerca de 500.000 execuções por dia da música em todo o mundo, puxado pelo mercado da Turquia em todas as plataformas. No caso do iTunes, também nos Emirados Árabes e na Itália; do Shazam, na Bulgária, no Egito, no Azerbaijão e na Romênia.

Até o momento, já são mais de 272 milhões de reproduções no Spotify em todo o mundo, e apenas 49 milhões desse total vêm do Brasil. Isso vira um bom dinheiro. A faixa chegou a render 50 mil dólares (cerca de 280 mil reais) em um único mês apenas em royalties pagos pelas plataformas digitais (YouTube, Spotify e outros tocadores) para os artistas.  “O funk já é um gênero mundial”, celebra Renan França, um dos empresários de Livinho.

A produção de Vidrado em você é assinada por Wagner Marinho de Santana, o DJ Guuga, paulista de 31 anos que já havia emplacado funks virais como Helicóptero, com MC Pierre, e Intenso boom boom (Acompanha o beat), com o DJ Gege. O agora hit internacional foi idealizado em conjunto por Guuga e Livinho dentro do estúdio da GR6, produtora localizada na Vila Paiva, na Zona Norte de São Paulo. “A gente se conhecia desde as antigas, dos bailes da Zona Sul. Ele me chamou e a gente compôs juntos”, conta Livinho. 

Ele ouviu na Turquia que o trompete da introdução mexeu com a “memória afetiva” do país. “Eles usam muito uma espécie de buzina que lembra esse som de trompete”, explica.

Guuga e Livinho já eram grandes no Brasil antes do hit. O primeiro foi convidado para abrir o show do astro canadense The Weeknd no estádio MorumBIS, em São Paulo, em setembro do ano passado. Ele havia utilizado um trecho de Earned It, do The Weeknd, no funk Cabaré, criado em parceria com MC Pierre, que viralizou e acabou impulsionando a faixa estrangeira por aqui.

Dono de uma voz bonita, treinada em cultos evangélicos da Congregação Cristã do Brasil (CCB) , Livinho tem mais de uma década de carreira próspera no funk paulista, com mais de 2 bilhões de streams no Spotify, 3,7 bilhões de visualizações no YouTube e patrocínios de marcas como Adidas e Lacoste, além de apresentações nas edições brasileiras dos festivais Rock in Rio e Lollapalooza.

Filho de um vendedor ambulante e de uma dona de casa, ele despontou em 2014, aos 20 anos. Era um tempo em que o funk ostentação paulista, que explodiu cantando sobre luxo nos melhores tempos do PIB do segundo governo Lula, deu lugar a letras que iam do erótico ao pornográfico nos anos de desilusão econômica. Seus primeiros sucessos foram Mulher Kama Sutra, Pepeka do Mal e Picada Fatal. A última é uma paródia obscena de Bibbidi-Bobbidi-Boo, do desenho Cinderela (apropriações de trilhas da Disney se tornaram comuns na época, com versos como “Eu vou, eu vou, sentar agora eu vou”, em Parara tibum, da MC Tati Zaqui, que acabou banida das plataformas digitais por desrespeito a direitos autorais). 

Essa antropofagia funkeira garantiu melodias atrativas mesmo para quem não entende os estímulos das letras. O maior exemplo é Bum Bum Tam Tam, do MC Fióti, calcada em um clássico mais clássico que os clássicos da Disney: começa com um sample da flauta de Partita em Lá Menor do alemão Johann Sebastian Bach. Misturada à batida do funk, a música ganhou o mundo. Seu videoclipe se tornou o primeiro vídeo brasileiro a alcançar 1 bilhão de visualizações no YouTube, em 2018. Uma reportagem do G1 sobre o feito mostrou que apenas 37% dos acessos vinham do Brasil; 5,6% da França, 4,9% da Colômbia, 4,3% da Argentina, 4,3% da Turquia, 3,7% do México e 3,5% da Índia.

Chegou a pandemia e a música que nasceu de uma costela da obra de Bach e ganhou o mundo com uma coreografia sensual assumiu um novo papel improvável: se tornou símbolo da Vacina CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, e alvo de ataques negacionistas (Bum Bum Tam Tam, Butantan… Eis o espírito da coisa). Um novo clipe foi então gravado na mais genuína estética da burocracia pelas repartições do instituto paulistano, com MC Fióti tal qual o flautista de Hamelin caminhando seguido por funcionários que usavam máscaras nos rostos, crachás nos pescoços e chacoalhavam ao som de uma autoparódia da música. “As novinha saliente/ fica loucona e se joga pra gente” virou “a vacina é saliente/ para curar nós do vírus/ e salvar muita gente”.

(Nota do repórter: preparei uma playlist com as músicas citadas nesta reportagem. Acesse aqui)

O alcance internacional do funk também se traduz em outras vozes brasileiras ganhando espaço fora do país. É o caso de Bibi Babydoll (Beatriz Alcaide Santos), funkeira de Curitiba, que estourou na internet em 2023 com a música Automotivo Bibi Fogosa, produzida pelo DJ Brunin XM em parceria com a KZA Produções. A faixa ultrapassou a marca de 300 milhões de streams, atingiu o topo das plataformas na Ucrânia, que já estava em guerra com a Rússia, e alcançou o 26º lugar na Lituânia. O clipe oficial tem 75 milhões de visualizações no YouTube. “A minha teoria é de que as pessoas do Leste Europeu gostam bastante de música eletrônica melódica e, talvez por isso, tenham curtido tanto o meu som”, ela diz.

Aos 26 anos, Bibi se apresenta ao público e ao mercado como uma cantora de funk automotivo, um subgênero que mistura o beat pesado e repetitivo do mandelão (uma vertente do funk) com elementos de música eletrônica (techno e trance). 

Na plataforma chinesa NetEase, a faixa Automotivo Amar Ma Ma Ma, lançada em julho de 2024, entrou para o Top 200 e já ultrapassa a marca de 20 milhões de reproduções. “Eles [os chineses] dublam os meus clipes, cantam as minhas músicas no karaokê. Gostam mesmo é de me ouvir cantando em português.”

A artista afirma que os virais nas redes têm rendido aproximadamente 100 mil reais por mês apenas com as reproduções dos streamings

Em 2024, o Brasil gerou mais de 1,6 bilhão de reais em receita no Spotify, ocupando o nono lugar entre os maiores mercados de música gravada do mundo. Segundo a plataforma, Estados Unidos, México, Alemanha, Reino Unido e Espanha estão entre os países estrangeiros que mais consomem a música brasileira.

Hits brasileiros de outros gêneros já viralizaram mundo afora com a ajuda das redes sociais, como as sertanejas Balada (da onomatopeia tchê tchererê tchê tchê) de Gusttavo Lima, e Ai se eu te pego, de Michel Teló, no início da década passada. Um indicativo de que entraram para o repertório popular: ambas foram escolhidas por calouros em apresentações como o The Voice: a primeira no The Voice Ucrânia e a segunda na versão da Arábia Saudita.

O TikTok, no qual novos vídeos podem ser criados a partir de faixas de áudio (canções, conversas etc.) de outros posts, é um território rico para que os sons se espalhem. Com frequência, isso acontece com músicas que já haviam pareciam ter cumprido seu ciclo.

Um dos primeiros casos de música projetada pelos usuários do TikTok foi Old Town Road, do rapper norte-americano Lil Nas X. Trabalhada de forma independente em dezembro de 2018, não teve grande alcance, até que em abril de 2019 o refrão que descrevia “vou levar meu cavalo para a velha estrada da cidade” e “vou cavalgar até não poder mais” virou uma tendência na plataforma. Sob a hashtag #YeehawChallenge, criadores de conteúdo se transformavam em cowboys e cowgirls ao som do refrão. 

Diferentes posts da música foram feitos na plataforma. Uma única versão do áudio foi utilizada em mais de 750 mil vídeos. Lil Nas X virou um astro e lançou, em abril de 2019, um remix da música com o cantor country Billy Ray Cyrus, pai da estrela pop Miley Cyrus, que bateu o recorde de permanência no topo da parada Billboard Hot 100: dezenove semanas.

@r0wyyyzwerr 🐎🤠Dc: @danyakoshel & @vanyaskripka ♬ sonido original – 𝑽𝒊𝒔𝒊𝒐𝒏 𝒎𝒖𝒔𝒊𝒄 🎧

Em menor proporção, isso também aconteceu com algumas canções brasileiras. Com repertório recheado de letras gaiatas, os cantores sertanejos Gino & Geno (respectivamente 79 e 75 anos) viram a faixa Fica Nervoso Não ganhar destaque dezesseis anos após o seu lançamento. Isso aconteceu em junho de 2024, quando um advogado publicou no TikTok um vídeo bem simples, no qual olha para a câmera sob a legenda: “Dr., compensa casar hoje em dia?”, ao som de um trecho da música que parece um rap sertanejo trazendo um aconselhamento para que homens traídos não se separem e lista as dores de cabeça que o divórcio trará: 

Ir pro fórum, pagar pensão/ Arrumar dinheiro pra separação/ Moleque chorando, rolando no chão/ Dar sua casa pro Ricardão/ Não, não, compensa não/ Não, não, compensa não

“De repente a gente estava fazendo show, e o povo começou a cantar esse ‘trem’ de volta. Parecia uma música nova que a gente estava lançando”, conta Waguinho, empresário da dupla há mais de 25 anos. O sucesso da canção na plataforma arrefeceu em poucos meses, até voltar com ainda mais força no começo deste ano. Desde então, já são quase 40 mil diferentes vídeos criados com esse mesmo áudio, com legendas na linha: “Quando meu pai e minha mãe brigam e ele fica todo nervosinho” ou “Quando meu marido pensa em separar e eu mostro as consequências”.

O desempenho não foi linear – e a agenda de shows da dupla seguiu uma demanda paralela ao engajamento. Em fevereiro deste ano, quando a trend havia perdido força, a dupla fez apenas dois shows. Em março, quando voltou a esquentar, o número subiu para oito; em abril, doze; em maio, catorze. Em junho, foram cerca de vinte apresentações. “O Gino até virou pra mim e disse: ‘tamo estourado, olha que beleza!. Foi aí que ele percebeu a força dessas plataformas.”

@nathanyrodriguesl Vai ter que dividir tudo e me dar 10% ♥️ #foryou #viral #foryoupage #direitocomhumor ♬ som original – Sertanejo Raiz

Em meio aos festejos juninos deste ano, o forró Falta um Boi Vaqueiro, na versão gravada em 2000 por Ton Oliveira, bombou como nunca. A versão mais popular do áudio foi usada em 86 mil vídeos no Instagram e 41,7 mil no TikTok – e só o vídeo da criadora Camila Pudim passou das 33 milhões de visualizações no app. Em geral, o roteiro é o mesmo: o usuários trocam rapidamente de figurino e maquiagem conforme a letra diz: 

Tá faltando um guarda-peito e um cinturão reforçado/ Chapéu de couro de gado e um par de luva bem feito/ Sapato de bico estreito e uma espora niquelada/ Corda de fazer laçada pra laçar boi mandingueiro/ Falta um boi vaqueiro no meio dessa boiada

@camilapudim Falta um boi vaqueiro #festajunina @Willou @watsonalves ib @Moni Moni ♬ som original – Camila Pudim

Escapou dessa trend o restante da música, originalmente gravada em 1997 pela banda Forró da Brucelose, que se mostra uma ode política por um homem que resolva os problemas do país. Depois de descrever o boi vaqueiro, o tom da letra vai do moralista ao protonazista. Sugere que “nesse nosso continente está sobrando maconha, mas faltando vergonha” e que “falta câmara de gás pra acabar com ladrão”. Por uma dessas coincidências surpreendentes (pensando bem, nem tanto), o sanfoneiro da versão original, Gilson Machado, se tornaria tempos depois ministro (do Turismo) de Jair Bolsonaro.



Piauí Folha

Talvez te interessem:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


© Copyright Meu Portal de Notícias 2022. Todos os direitos reservados.