Deputado preso por tráfico: segundo a PF, TH Joias comprava e vendia armas e drogas pra quadrilhas
A prisão do deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva (MDB), conhecido como TH Joias, se deu por suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas, comércio ilegal de armas e lavagem de dinheiro.
Segundo as investigações, TH Joias teria atuado em favor tanto do Comando Vermelho (CV) quanto do Terceiro Comando Puro (TCP), facções rivais que disputam o controle de comunidades no Rio.
Fuzis, drogas e bazucas antidrones
As investigações apontam que o parlamentar intermediou a venda de dois fuzis por R$ 120 mil para traficantes no ano passado.
Ele também é acusado de contrabandear bazucas antidrones — equipamentos usados para anular drones da polícia durante operações em comunidades dominadas por facções.
“O parlamentar estava transparecendo para a sociedade que era preocupado com a segurança pública, mas ao mesmo tempo negociava armas, drogas, importava bazucas antidrones e ainda vazava informações para criminosos”, disse o superintendente da Polícia Federal, Fábio Galvão.
Lavagem de dinheiro
O deputado também é suspeito de lavar dinheiro do tráfico. Para isso, teria usado uma loja de produtos do Flamengo, adquirida por ele em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, segundo a investigação.
“Ele se utiliza de uma loja, uma franquia, que vende produtos de um clube muito popular, para lavar dinheiro. Há um indicativo concreto de que essa loja é utilizada, porque o volume de dinheiro que circula por ali é incompatível com que uma loja venderia”, disse o procurador-geral de Justiça do RJ, Antonio José Campos Moreira.
TH Joias já havia sido investigado antes por lavagem de dinheiro do crime organizado. Segundo a PF, ele usava a produção de joias sob encomenda como fachada para movimentar valores ilícitos.
Somente na parceria com Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, apontado como chefe do Comando Vermelho no Complexo do Alemão, o deputado teria movimentado cerca de R$ 9 milhões nos últimos três anos.
Entre os clientes da loja, estavam também agentes públicos. Um dos casos citados pela PF envolve o delegado federal Gustavo Steel, cuja noiva foi fotografada usando um anel vendido pelo parlamentar.
O delegado também foi preso nesta quarta, acusado de receber propina para vazar informações sigilosas a facções criminosas.
Ligação com traficantes
As investigações apontam ainda que o gabinete do deputado era usado para empregar mulheres ligadas a traficantes, como Fernanda Ferreira Castro, mulher de Gabriel Dias de Oliveira, o Índio do Lixão – preso na operação de quarta-feira e suspeito de chefiar o tráfico na favela do Lixão, em Duque de Caxias.
De acordo com as investigações, o objetivo era melhorar a imagem da mulher nas redes sociais e ajudá-la a criar um álibi caso fosse abordada pela polícia.
Fernanda Ferreira Castro passou oito meses na Alerj como assistente no Departamento de Legislação de Pessoal. O celular de Fernanda foi apreendido pelos agentes.
Fernanda não foi encontrada para comentar o caso.
“Ele empregou a esposa do traficante Índio, na Alerj, como assessora dele. E queria com isso proteger, agradar e proteger o criminoso. Também ofereceu a um traficante, chefe do Complexo do Alemão, o Pezão de colocar a esposa ou um familiar na Assembleia Legislativa. Em determinada passagem ele fala que é bom ela tirar fotos. Ela aparece nas redes sociais como assessora, porque quando tivesse operação na comunidade, ele poderia mostrar para polícia ‘olha, eu trabalho, eu trabalho, meu marido é produtor de eventos’. Para apaziguar a situação do esposo”, explicou o superintendente da PF.
Preso em condomínio de luxo
Agentes da Polícia Federal cumpriram mandados de busca e apreensão no gabinete de TH na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Contra ele também havia ordem de prisão preventiva.
Na casa do parlamentar, na Barra da Tijuca, ele não foi encontrado. A prisão aconteceu pouco depois, em um condomínio de luxo no mesmo bairro, onde o deputado se escondia na casa de um amigo.
Quem é quem na investigação que prendeu TH Joias
Arte/g1
Piauí Folha

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