Gestão condominial sistêmica: comunicação e empatia são essenciais
Com o crescimento da população vivendo em condomínios, a administração desses espaços exige muito mais do que planilhas e contratos. Segundo o IBGE, cerca de 22% da população brasileira reside em condomínios, o que representa mais de 69 milhões de pessoas, tornando a função do síndico estratégica e complexa.
Pesquisas recentes da ABRASSP (Associação Brasileira de Síndicos Profissionais) apontam que 63% dos problemas cotidianos nos condomínios estão relacionados a conflitos entre moradores, e não a questões estruturais ou financeiras. Esse dado evidencia a importância de tratar a gestão condominial como uma atividade humana, além de administrativa.
A advogada e síndica profissional Vanessa Munis explica: “Se o condomínio é feito de pessoas, a gestão também precisa ser feita para pessoas”. Ela reforça que a visão sistêmica ajuda a entender que cada conflito individual reflete o equilíbrio — ou o desequilíbrio — do coletivo.
Vanessa destaca a comunicação não violenta (CNV) como ferramenta indispensável na administração condominial.
“Nas assembleias, a escuta empática reduz tensões. Muitas vezes, o morador não quer apenas ser atendido, mas ouvido. Quando acolhemos suas necessidades sem julgamento, conseguimos construir soluções conjuntas e mais duradouras”, afirma.
Implementar uma gestão condominial sistêmica, que valorize comunicação e empatia, transforma a convivência, promovendo harmonia e cooperação entre os moradores. Essa abordagem não só melhora a qualidade de vida, como também valoriza o patrimônio coletivo.
Especialistas alertam que síndicos e administradores devem integrar as dimensões humanas e relacionais da gestão às questões técnicas e financeiras, garantindo decisões mais eficazes e uma administração condominial sustentável.
