Moradores do Rio denunciam cobranças irregulares e discrepantes nas contas de água

Moradores de diversos bairros do Rio de Janeiro estão preocupados e revoltados com valores irregulares e discrepantes nas contas de água fornecidas pela concessionária Águas do Rio. Síndicos relatam cobranças muito diferentes de um mês para o outro, sem justificativas claras, e denunciam o descumprimento do prazo mínimo para a leitura dos hidrômetros.

Em um prédio de 22 apartamentos em Laranjeiras, o síndico Roberto Passarella relata que as faturas chegam com valores extremamente altos, como R$ 10 mil em determinados meses, enquanto em outros o valor fica entre R$ 3 mil e R$ 4 mil, mesmo após a troca do hidrômetro por três vezes.

Outro síndico, Luiz, afirma que chegou a pagar uma conta referente a apenas 21 dias de consumo com valor maior que o mês anterior, que teve 28 dias. Ao procurar a concessionária, ele foi informado que o cálculo baseou-se numa média, mas sem detalhes sobre o método utilizado.

O problema é recorrente e já motivou mais de 2.500 reclamações ao Procon estadual e à Secretaria Estadual do Consumidor somente neste ano. Em resposta, o deputado estadual Claudio Caiado protocolou uma representação no Ministério Público contra a Águas do Rio, denunciando práticas abusivas na cobrança.

Além disso, moradores alertam que a Agência Reguladora do Estado do Rio (Agenersa) determina que a leitura dos hidrômetros deve ser feita em intervalos entre 27 e 33 dias, mas essa regra não está sendo cumprida. No condomínio do síndico Ricardo Vilela Souto Jorge, a fatura de agosto considerou um período de apenas 22 dias, o que elevou a conta em cerca de R$ 1 mil além do esperado.

“Quando a cobrança vem errada, ela dobra porque a taxa de água é a mesma da taxa de esgoto”, explica Ricardo.

Ainda conforme o advogado Vinicius Bragança, o intervalo irregular entre leituras pode levar o consumidor a pagar valores mais altos por consumo não real, ao ser colocado em faixas tarifárias superiores de forma injusta.

Diante dos problemas, moradores têm adotado estratégias para monitorar o consumo, anotando diariamente o uso da água para detectar vazamentos ou irregularidades, como Luiz e Michelle, que acompanham de perto o gasto no prédio.

Em nota, a Águas do Rio afirma que seu modelo tarifário está em conformidade com a legislação vigente e com regulamento aprovado pela agência reguladora e governo estadual. A concessionária garante analisar cada caso individualmente e reforça a importância do acesso aos hidrômetros para leitura correta, informando que, quando esse acesso é impedido, as cobranças são feitas com base em médias.

O caso segue sendo acompanhado por órgãos de defesa do consumidor e autoridades, enquanto moradores cobram transparência e correção nas cobranças.


Piauí Folha

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