Vereador de Natal propõe lei para criar “botão do pânico” em elevadores de condomínios

Vereador de Natal propõe instalação de botão do pânico em elevadores de condomínios

Em resposta ao crescente número de casos de violência doméstica e feminicídio no Brasil, o vereador Leo Souza (Republicanos), de Natal (RN), apresentou um projeto de lei que propõe a instalação obrigatória de botões do pânico em elevadores de condomínios residenciais e comerciais da capital potiguar. A proposta, protocolada nesta semana na Câmara Municipal, pretende oferecer um mecanismo ágil e discreto de socorro às vítimas de violência nesses espaços comuns.

A iniciativa foi motivada por um episódio brutal ocorrido em Natal: a promotora de vendas Juliana dos Santos Garcia, de 35 anos, foi agredida com 61 socos dentro de um elevador do prédio onde morava, no bairro de Ponta Negra. O caso foi registrado por câmeras de segurança e ganhou repercussão nacional. Juliana sofreu fraturas e precisou passar por cirurgia de reconstrução facial.

O agressor, Igor Eduardo Pereira Cabral, de 29 anos, foi preso preventivamente e indiciado por tentativa de feminicídio. Em nota divulgada por sua defesa, ele alegou arrependimento e justificou as agressões como resultado do uso de drogas.

Para Leo Souza, o projeto não pretende resolver sozinho o problema da violência contra a mulher, mas representa um passo significativo.

“A gente dá um passo importante para proteger e preservar as nossas mulheres”, disse o parlamentar, durante discurso no plenário da Câmara, nesta terça-feira (5).

Além disso, o vereador destacou a atuação do porteiro Manoel Anésio, de 60 anos, que agiu com rapidez ao ver a agressão pelas câmeras do prédio e acionou a Polícia Militar. A viatura chegou ao local em apenas 8 minutos, impedindo que a situação evoluísse para um desfecho ainda mais trágico.

Como funcionará o botão do pânico?

O texto do projeto determina que o botão de emergência esteja funcional, acessível e sinalizado de forma clara quanto à sua finalidade. O uso do dispositivo deverá gerar um registro de ocorrência imediata, com a portaria ou central de monitoramento acionando as autoridades competentes — como Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal ou Samu.

Nos edifícios que não possuírem portaria física, os botões deverão estar integrados a sistemas remotos de vigilância ou empresas de segurança, garantindo que o alerta seja imediatamente encaminhado.

“A instalação dos botões de pânico representará não apenas um avanço tecnológico, mas sobretudo um compromisso social com a proteção da vida”, escreveu Leo Souza na justificativa do projeto.

“Funcionará como alerta imediato para síndicos, porteiros, empresas de vigilância ou autoridades, conforme o caso”, completou.

O projeto ainda será analisado pelas comissões temáticas da Câmara Municipal e, se aprovado em plenário, segue para sanção do prefeito Paulinho Freire (União Brasil).

Um alerta para o setor condominial

A proposta levanta um debate importante sobre a responsabilidade dos condomínios e dos síndicos na prevenção de casos de violência dentro dos empreendimentos. Além da tecnologia, o projeto reforça a importância da capacitação de porteiros e da existência de protocolos de segurança que envolvam todos os moradores e colaboradores do condomínio.

O caso reforça que a infraestrutura predial deve acompanhar as demandas sociais, incluindo ações preventivas para a proteção de mulheres, crianças, idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade.


Piauí Folha

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